O diabetes Mellitus é uma doença em que o indivíduo apresenta alteração da glicemia (taxa de glicose no sangue) devido a deficiência ou ausência na produção de insulina pelo pâncreas. Se subdivide em tipo I e tipo II. A diabetes tipo I é muito comum é crianças e jovens, é uma doença auto imune, pelo qual o indivíduo passa a produzir anticorpos que de alguma forma destroem as ilhotas de Langerhans , que é o local de produção da insulina. Portanto o indivíduo que apresenta a diabetes tipo I necessita da aplicação de insulina intramuscular diariamente, assim como medir a glicemia diariamente, pois eventualmente em momentos as ilhotas ainda existente produzem um pouco de insulina, e, insulina em excesso pode causar uma hipoglicemia (baixa quantidade de glicose no sangue) podendo ser prejudicial também.
A diabetes tipo II já é mais comum em indivíduos a partir da meia idade, 35 anos a mais, nesse tipo de diabetes vários fatores podem ocasioná-la, tais como a falta de resposta da insulina ao tecido, cansaço do pâncreas em produzir insulina. Algumas vezes esses indivíduos nem precisam aplicar insulina no músculo, pois os medicamentos já resolvem o problema, em outros casos, mais graves, a insulina é essencial.
Em casos de falta de resposta do tecido à insulina, ocorre geralmente associada a obesidade, para clarear as idéias uma prévia explicação: A insulina é uma molécula constituída de proteína, é um hormônio e é liberada nos vasos sanguíneos pelo pâncreas. Sua função mais importante é se ligar à glicose presente no sangue e servir de receptor na célula para colocar essa glicose dentro da célula, para gerar energia e fornecer carbono como elemento orgânico. Além disso a insulina também promove a ativação de enzimas responsáveis pelo metabolismo da glicose. Com a falta de insulina, ou sua ineficiência no tecido, a glicose não penetrará no interior da célula, permitindo o acúmulo de glicose no sangue. O indivíduo passa a não conseguir obter energia da glicose, e começa a buscar outras fontes energéticas, como glicogênio, triacilglicerol (gordura) e até mesmo de proteínas em casos mais graves, lembrando que esse é um dos motivos do diabético emagrecer, o fato da ausência do hormônio, também impede a ativação das enzimas responsáveis pelo metabolismo da glicose , ou seja, o indivíduo necessita de buscar outras alternativas para gerar energia. Essas outras alternativas são eficazes até o ponto em que todas essas vias chegam a um composto em comum o Acetil CoA, quando as moléculas tanto de ácidos graxos, glicerol (gordura), glicose, e aminoácidos (componentes proteicos) chegam ao Acetil CoA, o metabolismo normal para. Como nosso organismo possui muitas vias, ele opta por outras vias que passa a ser tóxica ao indivíduo. Essa via começa utilizar proteínas para a obtenção de energia, só que como excreta o organismo obterá elementos tóxicos e ácidos, fazendo com que o pH sanguíneo se torne ácido, a falando vulgarmente “isso é um veneno para as proteínas”, como vê-se na Bioquímica, as proteínas possuem um pH e temperatura ideal para realizar corretamente suas funções, portanto pH mais ácido prejudica as proteínas sanguíneas, sendo que a maior parte dos componentes sanguíneos são proteínas (anticorpos, proteínas de coagulação entre outros), por esse fato diabéticos podem desenvolver trombose (doença que forma trombo, que é uma espécie de coágulo, porém mais rígido), demora na cicatrização de ferimentos, aumentam a possibilidade de desenvolver microrganismos nas feridas (devido o excesso de glicose no sangue, as bactérias consomem glicose para obter energia) entre muitos outros problemas.
Como pode-se ver, o Diabetes Mellitus é mais grave do que se pensa, se os devidos cuidados não forem tomados. Atualmente percebe-se que a “população está engordando”, pela má alimentação associada a obesidade os indivíduos apresentam vários fatores, conhecidos como Síndrome Metabólica, o diagnóstico é dado pela alteração dos níveis normais de colesterol e glicose no sangue, alterando também a pressão arterial dentre outros, com esses níveis alterados além da pessoa se tornar diabética, ela pode desenvolver problemas cardiovasculares. É muito comum perceber o acúmulo de gordura no abdomen , o que é extremamente perigoso, pois essa gordura fica muito próxima dos órgãos.
Fonte: Aulas de Patologia, Bioquímica, Fisiologia...